logo_loading Dica de Filme: A professora de piano

Loading color scheme

Escola Paulista de PsicanáliseEscola Paulista de Psicanálise
  • Search
  • Home
  • Escola
    • Escola Paulista de Psicanálise
    • Ékatus Instituto
    • Nossa História
  • Cursos
    • Formação em Psicanálise - ONLINE
    • Cursos / Grupos / Ciclos de Estudos
    • Cursos EAD
  • Eventos
  • Publicações
  • Blog
  • Contato
  • Home |
  • Blog |
  • Artigos |
  • Dica de Filme: A professora de piano

Blog

PAN Dica de Filme: A professora de piano

Dica de Filme: A professora de piano

Por Ale Esclapes

Assisti “A professora de piano” no mesmo dia em que assisti “A avó” de David Linch, o que me desencadeou uma série de reflexões acerca do papel da psicanálise e da análise em geral na construção pelo diretor e posterior apreensão por parte do espectador do filme. No filme de Haneke, a personagem principal Érica apresenta comportamentos que poderiam ser chamados comumente de sadismo, masoquismo, automutilação, incesto entre outros. 

Erika tem uma relação maquiavélica com seus alunos, incestuosa em termos psicológicos com sua mãe, seu pai morreu louco em um hospício, entre outros detalhes que Haneke nos deixa entrever. Algumas perguntas que surgiram: como esse personagem foi construído? Como se espera que esse personagem seja apreendido pelo expectador, se é que se espera? Entre esses pontos, assumo deliberadamente que possa estar a psicanálise, e a partir dessa liberdade que tomo, posso pensar em algumas questões sobre a diferença entre “explicar” e “descrever” em psicanálise. Só para deixar bem claro: não estou dizendo que a psicanálise esteja aí, só me é útil pensar que esteja, uma vez que sou psicanalista e que não tenho a menor ideia de como Haneke construiu esse personagem.  

A noção que “A professora de piano” seja um “drama psicossexual” é repetido em vários sites de resenhas de filmes. O que isso me indica é que a presença da noção de que o maquiavelismo com que Erika trata seus alunos, sua sexualidade entre a automutilação e o par sadismo masoquismo, bem como a relação com a sua mãe estariam interligados através de uma “explicação”. É justamente no lugar dessa “explicação” é que entraria a psicanálise que permitiria diretor e expectador de alguma forma decodificá-lo. Aqui é tentador como expectador buscar tal explicação para esse “drama psicossexual” nas teorias de Freud, Lacan, Laplanche, etc. Não seria difícil encontrar uma explicação plausível que unisse todos esses elementos apresentados pelo filme. E esse é um dos maiores desafios que um psicanalista sério encontra: não explicar.  

Existem na clínica muitas situações como essa: conteúdos manifestos que brilham na frente do analista, mas que não passam do brilho de uma lâmpada para uma mariposa. E aqui temos algo de interessante: quando retiramos todo esse brilho caricato do personagem, não nos sobra muita coisa. Não é um personagem complexo, ele é excessivamente complexo, excessivamente teórico, excessivamente psicanalítico, excessivo, e quando jogamos um facho de escuridão, não nos sobra muita coisa do que falar sobre o personagem que se esconde por trás de tanto excesso – talvez isso já seja um “algo” sobre Erika.  

Na melhor observação que consigo fazer, sexo e amor se encontram dissociados e entrelaçados com ódio e violência. Quando amor se manifesta, seus pares entrelaçados assumem o controle; e da mesma forma o amor. Sua relação com a mãe é permeada de ódio e violência e onde poderia haver amor, aparece o sexo. Na sua relação com seus alunos, o amor de um professor é substituído pelo sentimento que eles não podem ser melhores que Erika, custe o que custar. O sexo consigo mesmo é manifestado através da automutilação.  

Mas o que acabo de fazer não é uma explicação, é uma observação. Esse movimento é muito importante em termos de psicanálise: descrever o que observo, descrever como funciona aquilo que observo, e não lhe dar uma explicação, são posturas muito distintas, pois na maioria das vezes “explicar” em psicanálise implica em sobre-entendimento teórico. Uma descrição pode usar qualquer modelo disponível para chamar atenção para o desconhecido no material.  

Direção: Michael Haneke 
Atores: Isabelle Huppert 
(Erika), 
Benoît Magimel (Walter), Annie Girardot (mãe) 
Plataforma: MUBI

Categorias

  • Artigos
  • Aconteceu!

Você pode gostar também

  • Dica de Filme: A filha perdida
  • Dica de Filme: And then we danced
  • O complexo de Édipo revisitado: uma leitura de Násio
  • Representações de diferentes formas de processamento da experiência de abuso sexual no filme Mistérios da Carne, de Gregg Araki
  • Primeiras sistematizações da técnica

Próximos Eventos - Gratuitos

Mitocomunica1_CAPA Dica de Filme: A professora de piano
Evento: Mito, comunicação e psicanálise - com Martha Chagas Ribeiro - 29/03/2023 às 19:30hs
Leia mais
Oheroi1_CAPA Dica de Filme: A professora de piano
Evento: O herói na análise - com Júlio Conte - 12/04/2023 às 19:30hs
Leia mais
Misterios1_CAPA Dica de Filme: A professora de piano
Evento: Mistérios da Carne - Trauma e Sexualidade com Pedro Castro - 19/04/2023 às 20:00hs
Leia mais

Contato

(11) 3628 1262

WhatsApp (11) 9 9876 9939

Segunda à Sexta das 11:00 às 18:00

[email protected]

Contato

Rua Cruz e Souza, 53 CJ31 São Paulo

(11) 3628 1262

WhatsApp (11) 9 9876 9939

Segunda à Sexta das 11:00 às 18:00

[email protected]

Entre em contato conosco

Obrigado! Sua Mensagem foi recebia! Responderemos assim que possível. Algo deu errado. Por favor tente mais tarde! Please enter a correct Captcha answer.
flogo Dica de Filme: A professora de pianoEPP / Ékatus © 2023. Todos os direitos reservados

Publish modules to the "offcanvs" position.