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O pulso ainda pulsa: a pulsão e suas vicissitudes

Por Camila Ferreira de Avila

... O pulso ainda pulsa
Hepatite, escarlatina, estupidez, paralisia
Toxoplasmose, sarampo, esquizofrenia
Ulcera, trombose, coqueluche, hipocondria
Sífilis, ciúmes, asma, cleptomania
O corpo ainda é pouco...
(O pulso - Marcelo Fromer / Antonio Bellotto / Arnaldo Filho)

O que te faz pulsar? O que te faz viver? Que energia conduz nossa vida? Sigmund Freud trouxe para a Psicanálise o conceito de Pulsão. De forma bem genérica podemos compreender como aquilo que nos instiga, que nos leva a alguma direção ou ação. Mas ao contrario de um pensamento behaviorista para o comportamento humano baseado em estimulo/resposta, a pulsão não é representada por um estímulo externo e sim um estímulo interno, não vem do ambiente. Seria então esse estímulo interno o que compreendemos por instinto?

Neste sentido, podemos pensar que o instinto é o que nos faz pulsar, estando ligado à preservação da espécie, estaríamos marcados geneticamente. Portanto, o instinto é filogenético, independe de aprendizagem. Mas Freud traz a ideia de Pulsão como algo diferente de Instinto, visto que a pulsão é um estímulo para a psique. A função da pulsão é fazer o aparelho psíquico funcionar. Pense neste constructo como algo entre o somático e o psíquico. É ontogenético, do próprio individuo.

Freud inicia o conceito de Pulsão em 1905 quando escreve “Os três ensaios sobre a teoria da sexualidade”, mas é em 1915 no texto “As pulsões e suas vicissitudes” que se debruça com mais afinco a esta formulação. O conceito de Pulsão é fundamental para a clínica psicanalítica. Aspectos relativos à força, ao ímpeto, ao impacto são introduzidos na dimensão psíquica.

Sendo assim, a pulsão seria a pressão ou força que nos impele para um objetivo. Não podemos esquecer que tal pressão é interna, portanto, impossível fugir desse estímulo interno. Agora imagine uma pressão constante, a pulsão é da ordem de uma força constante. É a força que nos faz ser o que somos em uma perspectiva constante. Somos instigados o tempo todo por essa força. Mas qual objetivo ou meta dessa força? A força que nos pressiona constantemente e da qual é impossível fugir tem como meta a obtenção de prazer, a satisfação. A pulsão tem sempre uma fonte corporal, provocando uma erotização, fazendo dessa forma com que Freud pensasse a sexualidade de uma maneira bem diferente, para além do genital. A sexualidade humana não estaria baseada em instintos como nos animais, e sim na pulsão.

Organizando as ideias iniciais, a pulsão é uma energia que alimenta e pressiona a psique. Tem uma fonte corporal, portanto, está entre o corpo e a psique. De uma força constante e impossível de se fugir visto que trata-se de um estímulo interno e que tem como meta a satisfação. Além dessas características, inclua-se o direcionamento para um objeto. Características da pulsão: energia constante, busca pelo prazer e é dirigida para um objeto. O objeto é aquilo que nos desperta o desejo, aquilo que nos atrai, é aquele pelo qual a pulsão alcança sua meta.

A pulsão se coloca entre nós e o objeto do desejo, ou objeto que causa o desejo. A pulsão e o objeto tem uma conexão, mas uma conexão de uma ordem que não está pronta, não é ditada pela natureza, é estabelecida, montada, é própria de cada indivíduo.

Sendo um conceito ontológico, o que cada um faz com essa força constante é diferente. Exige um trabalho psíquico. O que fazer com essa pressão é algo que se apresenta para nós o tempo todo. Cada um tem que se haver com essa força, tal trabalho pode ocorrer através dos sintomas, da sexualidade, da escolha do objeto. Freud destaca que os destinos da pulsão seriam o narcisismo, a repressão, a sublimação e a reversão no contrário (ambivalência).

O narcisismo é um dos destinos da pulsão. Nesta situação, o objeto da pulsão torna-se o próprio eu. Freud dividiu o narcisismo em dois tipos: narcisismo primário e narcisismo secundário. No narcisismo primário (pode também ser compreendido como uma fase do desenvolvimento) não existe objeto externo para se relacionar (autoerotismo). Já no narcisismo secundário, há uma relação com outros objetos, mas a libido retorna para o próprio sujeito. Abandona o mundo externo, retira a libido do mundo externo.

A repressão faz um trabalho de retirar, expulsar da consciência conteúdos desagradáveis. Tem como objetivo evitar o desprazer. A essência deste mecanismo, portanto, é rejeitar e manter tais conteúdos afastados da consciência. O conteúdo recalcado pode retornar de algumas formas como, por exemplo: nos sonhos, na transferência, nos sintomas e ato falho.

Na sublimação, outra vicissitude da pulsão, um novo destino é dado aos desejos. Desejos que não podem ser manifestos em função das regras sociais, censuras, moral, religiosidade, são transformados em algo socialmente aceito. Há uma dessexualização da libido.

Freud também assinala a reversão no contrário. Esta reversão pode acontecer com a inversão do conteúdo, transformação do amor em ódio ou na conversão da atividade em passividade: sadismo/masoquismo, exibicionismo/vouyerismo.

Por fim, o que fica explicitado neste momento é que a pulsão sempre encontra um caminho. Nossa psique é desejante e busca o prazer, o pulso sempre pulsa, algo nos impulsiona para a vida. Mesmo com a sífilis, o ciúmes, a asma e a cleptomania essa força não diminui. Mesmo que corpo ainda seja pouco, o pulso ainda pulsa e a pulsão segue seu curso.

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