A contratransferência é um assunto dos mais instigantes na psicanálise. Freud inicialmente a definiu como a transferência do analista, o que denunciava a sua falta de análise, e recomendava que o analista estivesse sempre em análise.
A supervisão também seria um instrumento para “conter” e “elaborar” esse tipo de transferência. O que pode estar por trás dessa visão é uma perspectiva de um analista objetivo e neutro no seu trabalho, e o modelo médico é aqui replicado.
O problema é que o Inconsciente não se deixa aprisionar por nenhum modelo. Nos idos da década de 50 do século passado, surgiram algumas ideias diferentes sobre a contratransferência, sendo a autora mais expoente Paula Heiman. Para ela, contratransferência são todas as emoções que o paciente desperta no analista. Sua visão custou-lhe a expulsão do grupo kleiniano, pois M. Klein temia esse tipo de uso da contratransferência.
Esses são os dois polos que os analistas têm até hoje sobre esse assunto. Porém, para além da parte teórica, existe a prática, e esse foi ampliada através dos estudos de Bion sobre reverie, a identificação projetiva como forma de comunicação, bem como os estudos de Beth Joseph, Roger Money-Kyrle, Irma B. Pick, Edna O´Shaughnessy, entre outros.
O que o leitor terá em mãos é fruto dos relatórios finais dos alunos em formação da Escola Paulista de Psicanálise - EPP, que, para surpresa do organizador, versavam basicamente sobre contratransferência, o que demonstra a importância desse ponto para a prática clínica. Esses relatórios apresentam uma reflexão do analista em treinamento e os formados pela EPP de sua clínica e seus desafios, sempre através de um caso clínico. Observou-se também que os textos desse volume, em contraste com os primeiros volumes dessa coleção, privilegiam os aspectos técnicos e clínicos, sinal de um amadurecimento da instituição.
Editora: PONTES EDITORES
ISBN: 8571136564
ISBN13: 9788571136564
Edição: 1ª Edição - 2015
Número de Páginas: 256
Acabamento: BROCHURA
Formato: 16.00 x 23.00 cm
R$ 49,00
