Aconteceu!
Em que consiste uma sessão de análise? Quem faz análise? Como é feita? Para que? São questões que, se estamos em uma conversa entre colegas psicanalistas, não demandariam maiores explicações – e é justamente nessa hora que começam os “jargões, ou palavras mortas” e se instala a Babel entre os psicanalistas, pois existem tanto variações entre as chamadas “escolas” psicanalíticas, quanto entre os próprios psicanalistas.
“Visão Binocular” é um ciclo de eventos da Escola Paulista de Psicanálise, onde um integrante da Escola e um convidado tecem seus comentários a respeito de um determinado assunto, abrindo espaço para um proliferar de novas ideias, que podem ser colocadas em trânsito e pensadas por todos nós, mantendo o espírito de um não entendimento, posto que o entender colapsa as infinitas possibilidades do “infinito informe” (Milton).
Sempre acreditamos que entendemos o que um colega diz em um congresso de psicanálise quando escreve ou diz palavras como “inconsciente”, “psicanálise”, “tratamento”, como se fossem palavras que não demandassem um esclarecimento tanto para quem as emite quando para quem as recebem. Em termos conceituais, o “inconsciente freudiano”, é o mesmo trabalhado por M. Klein e Bion? E o que dizer da apreensão entre nós analistas de hoje, desses conceitos? O que queremos dizer quando dizemos “inconsciente”?