Por Ale Esclapes
"A maioria das mulheres não se casariam com homens gordos", diz estudo. "Pesquisa do Hospital do Coração mostra que homens da classe "A" são os que mais rejeitam união com mulher obesa". "Na avaliação de 81% dos entrevistados, o excesso de peso também interfere no sucesso profissional".
Essa foi a matéria de capa do caderno cotidiano da Folha de São Paulo. Somos preconceituosos com os obesos. Fiquei meio perdido com isso.
Explico: vamos supor que refizéssemos a matéria: maioria não casaria com quem tem câncer terminal. Será que pareceria estranho?
Ou ainda: maioria não casaria com quem tem doença degenerativa, soaria tão estranho assim? O que é mesmo preconceito na MÍDIA?
Antes de continuar, fiz uma pesquisa sobre esse assunto no próprio jornal – existem cerca de 20 reportagens que classificam a obesidade como doença – alguns como doença grave; isso só nos últimos 30 dias.
Daí eu fico me perguntando qual é a mensagem e tento resumi-la mais ou menos desse jeito –“Não seja obeso, que isso é uma doença. Ah, você já é obeso? Seu IMC é maior que 21? tststststs Caso grave! Tudo bem, mas você acha o maior tesão um gordinho, certo? Não!? Seu preconceituoso!”
Ah, mas você pode estar pensando – o problema não é o obeso, mas a obesidade. Sei ... é a mesma lógica da igreja para certos assuntos. O problema é o pecado, não o pecador. O problema é que quem vai arder no fogo do inferno é o pecador e não o pecado.
Tempos esquizofrênicos...
Ps.: I - Isso para nem dizer que querem normatizar por quem a gente deve sentir ou não tesão.
Ps.: II. Esse post não é sobre preconceito, mas sobre meios de comunicação e poder.