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A angústia, o desejo e a psicopatologia

Por Sérgio Rossoni1 

Conforme definição, entendemos o conceito de phantasia como a imaginação elaborativa das funções corporais. “Roteiro imaginário em que o sujeito está presente e que representa, de modo mais ou menos deformado pelos processos defensivos, a realização de um desejo, em última análise, de um desejo inconsciente”. (Laplanche e Pontalis – pg. 169 – Vocabulário de Psicanálise).

Logo, podemos ampliar nosso conceito de phantasia definindo-a como um mecanismo de defesa contra a ansiedade, e através dela, o ser busca a realização de seu desejo inconsciente. Por um lado, a angustia real da não realização do desejo maior, o alcance da plenitude, é contrabalançada pela phantasia que visa a esperança desta realização. Se a phantasia luta contra a realidade que angustia, por sua vez, o ego vai criar uma serie de mecanismos de defesa (cisão, dissociação, idealização, introjeção e projeção, repressão, etc), ou resistências conforme definição de Freud, visando garantir o sucesso desta realização em busca do prazer maior, procurando afastar mais ainda esta realidade indesejada, ou seja, afastar mais e mais a realidade nua e crua do ser.

Hanna Segal destaca que no interpretar os mecanismos de defesa para o analisando, interpretamos e o ajudamos a reviver suas phantasias contidas nos mecanismos.

Partindo do ponto de vista lacaniano, todos nós temos ou uma estrutura neurótica, ou psicótica, diferentemente da escola inglesa que defende o conceito de que todos nós possuímos estas estruturas ao mesmo tempo. Assim, todos nós temos um pouco de cada uma destas partes em diferentes graus. Logo, surgem outras definições claras a respeito da phantasia como ruptura ética em relação ao desenvolvimento do indivíduo; Forma que o indivíduo encontra para dar conta de sua fratura ética (algo que aponta para uma falha).

A phantasia nasce de uma falha, e aponta para o outro o que ele está fazendo e espera que aconteça. Ao mesmo tempo, é uma forma de compromisso entre o ego que vai tentar através de suas resistências, fugir da realidade, e o superego que por outro lado vai tentar jogar o ser no real de forma as vezes cruel e direta. A esperança phantasiosa se faz necessária para equilibrar estes dois mundos – imaginário e real.

Destes mecanismos de defesa, a idealização é a última cartada do ser, em busca desta ilusão. Ao final do período edípico, o ser se identifica com seu suposto rival, na esperança de um dia obter seu desejo phantasioso realizado. A identificação faz parte da esperança. Neste período (final do Édipo), a criança realiza então o que chamamos de idealização secundária, sendo a primária a identificação com sua mãe, tendo então a percepção de si próprio.
Podemos entender então que o superego bem como o ideal do ego, são frutos destas identificações. Na primária, surge o ideal do ego (aquilo que esperam que eu seja). Na secundária, surge o superego dizendo: “Você vai ter que ser igualzinho a ele”. Quando eu olho para este superego, estou diante, vendo esta identificação.

O neurótico vai fazer uma identificação parcial, enquanto o histérico uma identificação excluindo os órgãos genitais.
É importante diferenciar identificação de introjeção. Na introjeção, eu coloco para dentro, e somente assim, eu poderei me identificar. Aquilo que foi introjetado e é sentido como um objeto mau, eu vou projetar para fora, embora na projeção, acabe projetando partes também boas também do objeto internalizado. Posteriormente vou reintrojetar tudo novamente. A projeção é um mecanismo neurótico de deslocamento (nível simbólico), enquanto a identificação projetiva é psicótica. Da negação ou recusa, entendemos o mecanismo de onipotência, onde o ser, simplesmente nega a realidade, como se se joga fora um pedaço desta, e colocasse em seu lugar aquilo que desejar. Entendemos assim a onipotência, pelo fato desta defesa nos fazer sentir que dominamos por completo nossos objetos, fazendo com eles o que quisermos. A cisão implica em dividir objetos bons e maus. Assim como as outras defesas são necessárias para contrabalançar a dura realidade, é a cisão responsável por colocar em ordem a bagunça inicial do mundo interno do ser.

No início, objeto bom e mau não são percebidos como duas coisas distintas. É necessário esta cisão para simbolizar este conceito e organizar assim o mundo interno. Quando o ser separa suas imagos através desta cisão, surge também a idealização. Eu idealizo os objetos bons e protetores, contra os maus perseguidores. Mais tarde, no que Melanie Klein nomeou de Posição Depressiva, o ego mais integrado, vai perceber os objetos bons e maus como um só. Logo, nasce a culpa pela destruição deste objeto e a gratidão. Nesta fase, começamos a entender o conceito de “assumir suas responsabilidades’, bem como lidar com as perdas, a reparação, a culpa, etc.

Assim, podemos dividir a ansiedade em três partes:
1.    Confusional – antes da cisão, o mundo é um todo. Objetos bons e maus não se distinguem
2.    Persecutória – Já posso identificar os objetos através da cisão. Agora, eu tenho um objeto bom que me protege, e um objeto mau que me persegue.
3.    Depressiva – Percebo que o objeto bom e mau são um só.Sinto-me culpado por tê-lo destruído, e grato por tudo que recebi. Desejo reparar os danos que causei.

No final, o que devemos discutir e analisar é a phantasia do analisando. Através de suas phantasias, mergulhamos em seu mundo interno recalcado, percebendo suas defesas equalizando suas ansiedades.

1Psicanalista formado pela Escola Paulista de Psicanálise-EPP, escritor, ilustrador e músico.
Atende em São Paulo. E-mail: [email protected]

 

 

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